A Força Aérea Israelense atacou na madrugada desta sexta-feira (13), noite de quinta-feira no horário de Brasília. instalações nucleares e de mísseis do Irã. Segundo a TV estatal iraniana, fortes explosões foram ouvidas na capital, Teerã.
O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, declarou estado de emergência especial em todo o país. O espaço aéreo foi fechado. “Depois do ataque preventivo do Estado de Israel contra o Irã, um ataque com mísseis e drones contra o Estado de Israel e sua população civil é esperado em um futuro imediato”, disse.
Em pronunciamento, o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que a operação militar “continuará pelos dias que forem necessários para eliminar essa ameaça”. “Há alguns instantes, Israel lançou uma operação militar direcionada para conter a ameaça iraniana à sobrevivência de Israel”, disse. As informações são do Poder 360.
Um porta-voz das Forças de Defesa de Israel afirmou que só atividades “necessárias” devem ser realizadas no país a partir da manhã desta sexta Isso inclui a proibição de “atividades educacionais, aglomerações e locais de trabalho, com exceção de negócios essenciais”.
Os militares israelenses disseram ao jornal Times of Israel que o Irã tem urânio enriquecido suficiente para construir várias bombas nucleares em poucos dias e que precisa agir contra essa “ameaça iminente”.
“As armas de destruição em massa nas mãos do regime iraniano constituem uma ameaça existencial para o Estado de Israel e para o resto do mundo. O Estado de Israel não tem outra alternativa senão cumprir a obrigação de atuar em defesa dos seus cidadãos e continuará a fazê-lo sempre que tal lhe seja exigido, tal como fizemos no ado”, afirmaram os militares. Os voos no aeroporto internacional Imam Khomeini, em Teerã, também foram suspensos.
Países reagem
A agência estatal do Iraque declarou que o espaço aéreo do país foi fechado. Os EUA negaram envolvimento no ataque. O secretário de Estado do país, Marco Rubio, declarou que o país não participou dos ataques realizados pela Força Aérea de Israel. Segundo ele, a ação foi unilateral por parte do governo israelense.
“Os EUA não estão envolvidos nesses ataques, e nossa principal prioridade é proteger as forças americanas na região. Israel nos informou que acredita que essa ação foi necessária para sua autodefesa”, disse Rubio em nota oficial.
O secretário também declarou que o presidente Donald Trump (Partido Republicano) está em contato constante com aliados e tropas norte-americanas na região. Ele alertou que o Irã “não deve atacar interesses ou pessoal dos EUA”. Leia abaixo a íntegra do comunicado, em inglês:
Hugo Motta critica aumento de impostos, mas quer que deputados tenham remuneração dupla
Por Larissa Rodrigues Repórter do blog
Em meio à crise do IOF e em um momento no qual o Congresso finge estar preocupado com corte de gastos e responsabilidade fiscal do Governo Federal, o presidente da Câmara, o deputado paraibano Hugo Motta (Republicanos), apresentou um projeto de lei que pretende aumentar as despesas públicas e ampliar os privilégios da classe política.
A proposta tem o objetivo de permitir a deputados e senadores aposentados em exercício receberem simultaneamente tanto o salário pela atuação parlamentar como a própria aposentadoria, além de uma nova gratificação natalina.
Esse duplo pagamento foi proibido pela Constituição desde 1997, quando uma lei foi aprovada impedindo o recebimento de uma ou outra remuneração durante o mandato. A legislação determina que, ao ser eleito, o parlamentar não pode receber a aposentadoria ou deve abrir mão do salário.
Mas Hugo Motta, que está achando insuficiente a vida boa que os deputados já têm, quer alterar a lei para que as duas remunerações sejam pagas e estendidas para as esferas estadual, distrital ou municipal, abrindo caminho para mais gastos do Legislativo. É um verdadeiro escárnio, uma absoluta falta de conexão entre o Congresso e as necessidades da população. É negócio para o povo ir pra rua cobrar menos cinismo desse pessoal.
O Congresso finge para a sociedade que está preocupado com corte de gastos, sendo contrário às medidas do Governo Federal que buscam crescer a arrecadação, mas trabalha para ampliar seus próprios privilégios e engordar os bolsos dos parlamentares.
O Governo não pode aumentar impostos, mas os deputados podem aumentar as despesas do Congresso. Essa é a lógica do projeto de Hugo Motta, assinado, inclusive, pelos pernambucanos Carlos Veras (PT) e Lula da Fonte (PP), membros da Mesa Diretora da Câmara.
A matéria, aliás, tem o apoio de deputados da base do presidente Lula (PT) e da oposição, porque nessa hora todo mundo se une, quando é para abocanhar mais dinheiro público. Um dos argumentos de Hugo Motta, pasmem, é de que o não acúmulo do salário e da aposentadoria “desestimula a atuação parlamentar”.
A justificativa é um acinte – Na justificativa do projeto, Hugo Motta diz que a proibição de recebimento duplo “representa um obstáculo à livre atuação parlamentar e ao pleno exercício da cidadania” e que garantir o duplo pagamento “é medida necessária para restaurar a coerência do ordenamento jurídico e assegurar o respeito aos direitos previdenciários de natureza contributiva”.
Preocupado, pero no mucho – É o mesmo Hugo Motta que diz estar preocupado com as contas públicas, bradando contra o Governo Lula: “apresentar ao setor produtivo qualquer solução que venha trazer aumento de impostos sem o governo apresentar o mínimo de dever de casa do ponto de vista do corte de gastos não será bem aceito pelo setor produtivo nem pelo Congresso”. E onde fica o dever de casa do Congresso para ajudar nessa melhoria das contas públicas? Além de não abrir mão de nenhum real das emendas parlamentares, ainda quer dobrar a remuneração dos deputados.
Urgência para derrubar decreto do IOF – O presidente Hugo Motta, inclusive, e demais líderes partidários decidiram, ontem, pautar o requerimento de urgência do PDL (projeto de decreto legislativo) que derruba o decreto que aumentou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). O requerimento deve ser votado na próxima segunda-feira. Motta optou por pautar a urgência depois da insatisfação com a Medida Provisória do governo que aumentou impostos. O presidente da Câmara disse, esta semana, que não está no cargo para “servir a projeto político de ninguém”, em referência ao governo Lula. Pelo visto, serve só aos interesses dos próprios deputados e à ampliação de suas regalias.
Mas vai distensionar no forró – Como não vive só de tentar aumentar a remuneração dos deputados e barrar os projetos do governo, Hugo Motta desembarca, hoje (13), em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, para conferir a abertura do São João da cidade. Quem também comparecerá é o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil). Serão recebidos pelo ex-senador Fernando Bezerra Coelho, que ontem reuniu vários políticos em tradicional forró, já conhecido como o “esquenta” das festas juninas.
Carla Zambelli pode ser presa na Itália – A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pode ser presa a qualquer momento na Itália, segundo o embaixador brasileiro no país, Renato Mosca. “É evidente que há uma mobilização para deter a deputada porque ela está na lista de difusão vermelha da Interpol. As autoridades judiciais italianas acataram o pedido e, hoje, ela poderá ser presa a qualquer momento”, disse, em entrevista ao Estúdio i, da GloboNews. Segundo ele, desde o momento em que as autoridades italianas validaram o pedido da inclusão na lista vermelha da Interpol, o paradeiro de Zambelli, considerada foragida da Justiça brasileira, tem sido buscado. “As forças policiais italianas estão na investigação e na localização dessa foragida para efetuar a prisão”, destacou.
CURTAS
Dois pesos e duas medidas – A deputada Débora Almeida (PSDB), aliada da governadora Raquel Lyra (PSD), afirmou, em entrevista à Rádio Folha 96,7, ontem (12), que a oposição na Alepe adota estratégia de protelação para projetos do Executivo, enquanto acelera matérias de interesse do grupo político ligado à antiga gestão. Para ela, a diferença de tratamento revela falta de equilíbrio. “O empréstimo, que é para conseguir recursos para obras estruturadoras para Pernambuco, está sendo protelado porque, dizem, precisa de mais informações. Mas as contas de seis anos de um governo estadual são apresentadas, distribuídas e discutidas na hora. Eu vejo ali dois pesos e duas medidas”, disparou Débora Almeida.
Renato Antunes interlocutor cristão– O deputado estadual Renato Antunes (PL), que tem buscado levantar as pautas da educação na Alepe, também tem demonstrado força política na articulação com a comunidade cristã de Pernambuco. Esta semana, o parlamentar levou lideranças dos Conselhos Regionais de Pastores de todas as regiões do Estado para uma audiência com a governadora Raquel Lyra e com a vice-governadora Priscila Krause, no Palácio.
Os Leões do Norte– O mais novo livro do titular deste blog, “Os Leões do Norte”, já está disponível na livraria Leitura, no Shopping Caruaru, e no Posto Cruzeiro, em Tacaimbó. A partir de hoje, também estará no Posto Cruzeiro de Arcoverde. Os postos de Tacaimbó e Arcoverde, inclusive, foram os locais onde mais foram vendidas biografias de Marco Maciel, também de autoria de Magno Martins. São pontos de parada de muitos políticos nas andanças pelo interior do Estado.
Perguntar não ofende: Os movimentos populares estão de olho nessa farra de remuneração dupla para deputados que Hugo Motta está propondo?
A Justiça Federal em Pernambuco (JFPE) indeferiu pedido de liminar que buscava suspender as obras e os eventos realizados no Pátio Ferroviário de Arcoverde, relacionados aos preparativos para as festas juninas de 2025. A decisão foi proferida hoje (12), pela juíza federal titular da 28ª Vara, Danielli Farias Rabêlo Leitão Rodrigues, na Ação Civil Pública nº 0800272-07.2025.4.05.8310.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) havia se manifestado, apontando que as intervenções promovidas pela Prefeitura de Arcoverde incidiram diretamente sobre bens culturais protegidos pelo Termo de Homologação nº 22/2014. Segundo o órgão, as obras incluíram aterros, pavimentações com blocos de concreto e instalação de estruturas metálicas.
Na decisão, a juíza ressaltou que a última intervenção comprovadamente realizada sobre bens protegidos ocorreu há mais de doze meses, conforme vistoria registrada na Nota Técnica nº 150/2024. Desde então, não há evidências de novas ações lesivas sobre os bens acautelados.
“As estruturas metálicas foram instaladas de forma suspensa, com apoio em bases removíveis, sem que houvesse qualquer soterramento, concretagem ou fixação permanente sobre os trilhos ferroviários existentes. Tratam-se de intervenções temporárias, cuja montagem e desmontagem ocorrem em curto espaço de tempo, sem implicar alteração física do bem ou comprometimento de sua ambiência original”, destacou a magistrada.
Outro ponto considerado foi a recomendação da Secretaria Estadual de Defesa Social para a mudança do local das festividades, com o objetivo de garantir maior segurança pública. “A partir disso, a Prefeitura de Arcoverde procedeu com a alteração da localização das festividades.
Dessa forma, a soma desses fatores – intervenções antigas, localização da montagem da estrutura da festa junina em área não delimitada como acautelada, natureza provisória da estrutura, ausência de impacto material, respeito ao traçado dos trilhos, e reversibilidade da intervenção – conduz ao afastamento dos requisitos da probabilidade do direito e do perigo de dano, tornando incabível a concessão de medida liminar no ponto”, acrescentou a juíza. Do portal JFPE.
Faleceu nesta quinta-feira (12), aos 88 anos, a escritora e pianista Elyanna Caldas, internada no Hospital Memorial São José, no Recife. Reconhecida por sua genialidade, erudição e contribuição à música brasileira, Elyanna ocupava a Cadeira nº 14 da Academia Pernambucana de Letras, que divulgou nota de pesar destacando sua trajetória como uma das mais notáveis representantes da música instrumental do país, com reconhecimento nacional e internacional. Leia a homenagem na íntegra:
É com profundo pesar que a Academia Pernambucana de Letras comunica o falecimento da ilustre acadêmica, mestra e artista Elyanna Caldas, ocorrido nesta quinta-feira. Ocupante da Cadeira nº 14, Elyanna foi uma das mais brilhantes expressões da arte musical brasileira, reconhecida nacional e internacionalmente por seu talento, erudição e dedicação incansável à música.
Desde que, aos 21 anos, venceu o prestigiado concurso Magda Tagliaferro, no Rio de Janeiro, e obteve o diploma profissional pela École Normale de Musique de Paris, Elyanna construiu uma trajetória marcada pelo virtuosismo ao piano e pelo compromisso com a formação musical no Brasil. De volta a Pernambuco, foi uma das fundadoras do curso de música da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), nos anos 1960, deixando um legado formativo que se estende por gerações.
Foram mais de oito décadas dedicadas à música instrumental com paixão, disciplina e sensibilidade, sempre sem jamais cogitar o silêncio. Pernambuco, que tantas vezes foi o palco privilegiado de suas apresentações, orgulha-se de tê-la como filha e embaixadora da cultura.
A Academia se solidariza com familiares, amigos, alunos e iradores da imortal Elyanna Caldas, cuja arte permanecerá viva entre nós.
No programa de hoje, analisei os obstáculos que o governo Lula terá para aprovar seu pacote fiscal. O conjunto, anunciado ontem (11) via MP, propõe novas fontes de arrecadação — como a tributação de aplicações financeiras, fintechs e títulos isentos — para compensar o recuo no aumento do IOF. No entanto, economistas alertam que não há medidas estruturais de corte de despesas, o que resultou em forte resistência tanto do mercado quanto de partidos da base, como União Brasil e PP, e do presidente da Câmara, Hugo Motta. Em reação, o Congresso já articula para votar em regime de urgência um projeto que anula parte do pacote, dificultando a tramitação e exigindo do governo um esforço adicional de articulação e negociação para evitar que o pacote seja engavetado.
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Uma declaração da governadora Raquel Lyra (PSD) à coluna de Igor Gadêlha, no portal Metrópoles, gerou reação do presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo.
Após a governadora ter dito que deixou o ninho tucano para ter segurança e estabilidade, o cacique contestou a versão, afirmando que o motivo real para a saída da legenda foi o desejo de que o partido asse a integrar a base do presidente Lula (PT).
“A governadora Raquel Lyra deixou o PSDB porque queria que o partido migrasse para a base do governo federal, algo impossível. O PSDB sempre foi antagonista do ‘lulopetismo’ (sic) e mantém sua coerência histórica. Outros motivos, se houverem, nunca foram manifestados ao PSDB”, disparou o líder do partido.
Na entrevista, concedida ainda na terça-feira (10), Raquel Lyra mostrou proximidade com o governo Lula, afirmando que sua equipe trabalha em sintonia com a equipe do presidente. Ela declarou também que o Governo Federal tem olhado com atenção para as demandas de Pernambuco e agradeceu aos ministros pelas ações destinadas ao estado.
“No primeiro momento que encontrei com ele (Lula), houve uma fala muito firme no sentido que Pernambuco seria olhado com atenção, e assim está sendo. Quero agradecer aos ministros Rui Costa (PT, da Casa Civil), Jader Barbalho (MDB, das Cidades), Renan Filho (MDB, dos Transportes), Valdez Góes (PDT, da Integração). Grande parte do que a gente está fazendo por Pernambuco vem das nossas equipes sintonizadas, da capacidade de trabalho das equipes do Governo Federal”, afirmou a governadora.
Quando questionada sobre a possibilidade de apoio do presidente Lula à sua reeleição em 2026, a governadora afirmou que não conversou com o petista sobre a eleição e que ele, assim como Raquel, está focado nas entregas.
Acordei com a frase inteira dentro de mim. Não era sonho nem pensamento solto: era palavra viva, pulsando no limite do indizível, como se tivesse vindo de um lugar anterior à linguagem — talvez de um tempo em que o verbo ainda era silêncio e o sentimento era o único idioma.
Demorei alguns minutos, talvez horas, para entender o que me dizia aquela sentença que não me pediu permissão para nascer. Ela não era uma frase qualquer: era um sussurro de urgência, um pedido íntimo, um grito calado. Era como se o próprio coração, esse órgão insubmisso e rebelde, tivesse encontrado voz para dizer que já não aguenta mais sobreviver sem sonho.
Porque tem dias que o mundo se apresenta árido demais. As manchetes escorrem sangue, os sorrisos vestem máscaras, as mãos hesitam, e os abraços se escondem entre o medo e o protocolo. Tem dias que até a beleza parece pedir licença para existir. Nesses dias, a esperança se torna um bem escasso. E é exatamente nesse vácuo , entre o cansaço e o desencanto, que a utopia se ergue, não como luxo, mas como necessidade vital.
Aos poucos, como se fosse manhã abrindo as janelas do tempo, eu entendi: não era só pensamento. Era confissão. Era defesa. Era sobrevivência. E como um eco saía de dentro de mim: Não tirem a utopia, preciso do coração para viver.
A utopia que me sustenta não é fuga. É fôlego. Não é ilusão. É farol. Ela não se propõe a ser alcançada, sua missão é manter-nos caminhando. Ela não promete chegada: oferece sentido. E sentido, nestes tempos, é mais valioso que vitória.
Para quem sente demais — e eu sou feito dessa matéria, a utopia é bússola no caos, é música no silêncio, é ternura viva diante da brutalidade programada. Arrancar a utopia de alguém que ama profundamente é empedrar-lhe o peito. E um peito endurecido é a antessala do fim.
Já vi gente demais desistir de sonhar para não sofrer. Mas eu sei, e você também sabe, no fundo, que há dores que só a utopia consola.
Não tirem de mim o dom de me encantar com a gentileza, de me ferir com a injustiça, de me emocionar com o voo de um pássaro ou com o riso de uma criança. Não me supliquem que eu abra mão do ideal de um mundo mais justo, mais terno, mais habitável. Porque viver, para mim, nunca foi apenas respirar, cumprir metas ou atravessar calendários.
Viver é pulsar com o outro. É chorar pelo que ainda não chegou. É desejar a beleza como quem deseja abrigo. É lutar com ternura. Amar com coragem. Resistir com poesia.
Não me peçam que eu viva sem sonho. O coração ainda é meu último território. E sem ele, tudo vira exílio. Tudo se torna deserto.
Mas mesmo no deserto, ainda é possível levantar uma tenda de esperança. Uma flor teimosa pode nascer entre as pedras. E eu continuo aqui, respirando fundo, como quem acredita que ainda vale a pena ser abrigo para o que não morreu. E também para o que morreu, porque até o que foi sepultado merece uma vigília de afeto, um gesto de memória, um último aceno de luz.
*Jornalista, poeta, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras. Foi Delegado Federal/Minc
Réus podem mentir. E foi o que fizeram os réus do núcleo crucial da ação penal sobre a tentativa de golpe no Brasil. Uns mais que outros. Mas não apresentaram elementos para destruir o conjunto probatório que há contra eles, até porque confirmavam a acusação nos muitos atos falhos.
“Não tinha clima”, itiu Jair Bolsonaro. “Não havia possibilidade”, afirmou o general Augusto Heleno. Não é que o golpe não foi tentado. Ele foi. Só não foi concluído. Os réus mentiram, omitiram, minimizaram atos, alteraram a natureza das reuniões, mas confirmaram todo o roteiro do que foi tentado ao fim do governo Bolsonaro, antes de decidirem “entubar” o resultado eleitoral.
Por uma “fatalidade”, a minuta de um decreto de golpe de Estado foi parar junto às fotos da família do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Ele usou essa palavra para explicar o motivo de o documento estar ali. “Tinha muitos erros de português”, reclamou Torres. Ele só pôs reparos nos atentados ao vernáculo. Os maiores ataques do texto eram à democracia. Por que o então presidente Bolsonaro chamou os comandantes militares para uma reunião, por não ter se conformado com o resultado eleitoral? “É a minha formação militar”, disse Bolsonaro. Por que o general Braga Netto falou com uma apoiadora que “alguma coisa” aconteceria? “Eu me referia ao recurso do PL ao TSE”.
Os réus pediram desculpas. O ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira havia chamado o TSE de “inimigo”. Ele se penitenciou pelo que disse. Bolsonaro acusou três ministros do Supremo, numa reunião ministerial, de receberem milhões de dólares para fraudarem o resultado eleitoral. “Que indícios o senhor tem?”, perguntou Alexandre de Moraes. “Não tenho indício nenhum, me desculpe. Era uma reunião para não ser gravada. Eu não tive intenção de acusar de desvio de conduta dos senhores”, disse Bolsonaro. Só nessa resposta o ex-presidente já itiu crime de calúnia e difamação.
Ao longo do interrogatório, ele repetiu essa bizarra explicação. O problema não foi uma reunião ministerial, de julho de 2022, em que todos estavam, por ação ou omissão, em conluio contra a democracia. O único problema foi a reunião ter sido gravada. Quem gravou? Ora, ele mesmo, Bolsonaro mandava gravar reuniões para depois fazer cortes para a internet, como itiu ter feito em outros momentos.
O general Braga Netto escreveu em mensagens de WhatsApp que deveriam ser disparados ataques nas redes sociais contra seus colegas de farda. Por que escreveu isso? “Não me lembro”; “São mensagens fora do contexto”; “Não escrevi”. Estava lá escrito no seu próprio aplicativo de mensagens, mas o general nega.
Bolsonaro repetiu várias vezes que “nunca se falou em golpe”. A questão é que é preciso entender o que é golpe para ele. Segundo ele, “a questão de 64 que a esquerda chama de golpe teve o apoio do Congresso, da imprensa, da Igreja”. Ele preparava um golpe, só não o chamava pelo nome próprio.
Em momento do interrogatório que se fosse filme pareceria exagero, o ministro Moraes perguntou a Walter Braga Netto. “O senhor já foi preso, alguma vez”? “Eu estou preso, senhor presidente”. “Eu sei que o senhor está preso, eu que decretei”, responde Moraes. Esse diálogo meio non sense serve para iluminar uma questão importante do processo. Os advogados de Braga Netto pediram o relaxamento da prisão, dado que já se encerrou a fase de instrução penal. O ministro Alexandre deveria atender aos advogados. Seis meses de prisão preventiva e encerrado o interrogatório dos réus não faz mais sentido manter a prisão. Há fortes provas de que ele esteve presente no planejamento do golpe e é acusado de ter estado também na parte operacional, mas o motivo da preventiva não existe mais.
As cenas que o Brasil viu essa semana foram inéditas. Já houve militar preso como o marechal Hermes da Fonseca numa prisão relâmpago. O Marechal Rondon foi preso durante a Revolução de 1930. Mas a cena de três generais quatro estrelas, um almirante e um ex-presidente respondendo como réus por tentativa de golpe de Estado é inédita. O Brasil atravessa terreno desconhecido, portanto. Ao fim da ação penal 2668 quando eles forem para a prisão, o que parece ser a tendência mais provável, o país terá a chance de atravessar a fronteira para longe da sina de país sempre assombrado pelas armas dos militares.
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pode ser presa a qualquer momento na Itália, segundo o embaixador brasileiro no país, Renato Mosca.
“Evidente que há uma mobilização para deter deputada porque ela está na lista de difusão vermelha da Interpol. As autoridades judiciais italianas acataram o pedido e, hoje, ela poderá ser presa a qualquer momento”, disse em entrevista ao Estúdio i. Segundo ele, desde o momento em que as autoridades italianas validaram o pedido da inclusão na lista vermelha da Interpol, o paradeiro da deputada, considerada foragida da Justiça brasileira, tem sido buscado. As informações são do g1.
“As forças policiais italianas estão na investigação e na localização dessa foragida para efetuar a prisão”.
Mosca explica que não há uma operação ou mandado de busca e apreensão. Segundo as leis italianas, afirma o embaixador, “ela não pode ser presa dentro do que é considerado um domicílio dela”, como uma casa ou um hotel. “Mas há um mandado de prisão provisória para fins extradicionais que é o mandado a partir do pedido da Interpol solicitado pelo governo brasileiro que foi referendado pelas autoridades judiciais italianas.”
“Ela pode ser presa em qualquer lugar que não seja inviolável, como a residência dela.”
Constituição italiana permite extradição de Zambelli O embaixador afirma que a constituição italiana prevê a extradição de brasileiros com nacionalidade italiana (ítalo-brasileiros) por meio de um tratado entre Brasil e Itália. “Nossa cooperação [entre Brasil e Itália] penal e jurídica é muito eficaz. Temos, hoje, 14 pedidos de extradição de brasileiros, sendo que quatro deles são ítalo-brasileiros. Em 2025 tivemos a extradição de um ítalo-brasileiro”, afirma.
“Não há impeditivo [de extradição de um ítalo-brasileiro], mas é uma decisão soberana e autônoma da justiça e do governo italiano. Mas a constituição do país não veda totalmente a extradição, tanto que há jurisprudência”.
O pedido de extradição foi formalizado e encaminhado ao governo italiano nesta quinta-feira (12) e, agora, a Itália cumpre a solicitação da Interpol de captura de uma foragida. Mosca explica que, com essa entrega, o pedido a a tramitar imediatamente na justiça italiana.
“Como um processo extradicional é um processo jurídico e político, nesse momento estamos mobilizados com a polícia italiana na localização da deputada, na sua prisão. Posteriormente, o judiciario italiano fará a avaliação e ela terá amplio direito de defesa. O tempo para a deputada ser extraditada, segundo o embaixador, pode levar menos de um ano.
A Advocacia-Geral da União apresentou ao Supremo Tribunal Federal um pedido para que a Corte suspenda todas as decisões judiciais que vêm condenando o INSS à restituição dos descontos, além da suspensão da prescrição dessas ações. A AGU também solicita a abertura de um crédito extraordinário para custeio do ressarcimento das vítimas de fraudes no INSS, sob alegação de que há imprevisibilidade no desenrolar do caso e que pretende fazer a restituição de modo célere.
Nesta semana, o Partido Progressistas (PP) entrou com uma ação no STF na qual a legenda pede ao Judiciário que determine ao INSS “a restituição integral dos valores descontados indevidamente com a concreta indicação dos valores estimados e da respectiva fonte de custeio”. As informações são da CNN Brasil.
Na manifestação, A AGU diz que “pretende enfrentar as causas que têm dificultado a estabilização de uma sistemática célere e segura de restituição de valores indevidamente descontados, dentre eles a existência de decisões judiciais com interpretações conflitantes a respeito dos requisitos de extensão de responsabilidade estatal pelos danos aos segurados e as contestações que têm sido lançadas em face do teor da instrução normativa de maio de 2025, tendo como preocupação central a preservação de preceitos fundamentais da segurança jurídica e da integridade do sistema previdenciário”.
A AGU diz que essas demandas “compartilham um inegável quadro de controvérsias constitucionais comuns, que decorrem dos empecilhos encontrados para a restituição adequada” e que “por imperativos de racionalidade processual, delas devem tramitar sob supervisão unificada”.
“Enquanto o governo federal adotava todas as providências para a solução istrativa do problema, buscando medidas aptas ao bloqueio de bens dos fraudadores e adotando medidas para restituição das vítimas, foi impacto com a notícia de uma judicialização sem precedentes que está inundando o Poder Judiciário com ações das mais diversas, além de notícias sobre litigância abusiva, que está a prejudicar ainda mais os aposentados e colocar em grave risco a previdência pública”, diz a ação da AGU.
O movimento de recuperação na avaliação do presidente Lula (PT) foi interrompido, aponta nova pesquisa do Datafolha.
Segundo o instituto, reprovam o petista 40%, ante 28% que o aprovam —mantendo, em relação ao índice de ruim ou péssimo, o pior patamar registrado pelo petista em seus três mandatos.
Na rodada anterior, no começo de abril, 38% reprovavam Lula, ante 29% que o julgavam ótimo ou bom. Era uma boa notícia para o governo, diante da sangria registrada no tombo de fevereiro, quando o Datafolha havia aferido 41% de reprovação e 24% de aprovação. As informações são da Folha de S. Paulo.
O principal fato político de lá para cá foi a crise do INSS, que tem amplo impacto na imagem do governo.
Agora, as curvas voltam a se inverter, dentro da margem de erro de dois pontos percentuais de todo modo. Dado o estrago que o escândalo vem fazendo, o Planalto poderá até celebrar que não houve uma queda acentuada.
O índice daqueles que veem o trabalho do presidente como regular ou de 32% nos levantamentos anteriores para 31% agora. Não souberam avaliar 1% dos entrevistados.
A margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou menos. O Datafolha ouviu 2.004 eleitores em 136 municípios do país nesta terça (10) e quarta-feira (11).
O Datafolha também questionou os entrevistados se eles aprovam ou desaprovam o trabalho de Lula como presidente. O índice dos que aprovam é de 46% (eram 48% em abril), e o dos que desaprovam é de 50% (eram 49%). O cenário aqui também é de estabilidade dentro da margem de erro.
A situação do governo se complicou de vez a partir do dia 23 de abril, quando a Operação Sem Desconto da Polícia Federal revelou que cerca de R$ 6 bilhões foram desviados na forma de descontos ilegais de aposentadorias para favorecer entidades ligadas a políticos.
A fácil leitura do “roubo de velhinhos” colou, e o governo inicialmente tentou transferir a questão para a gestão Jair Bolsonaro (PL), já que o esquema apurado começou em 2019. Mas ele estendeu-se até o ano ado, já com dois anos de Lula no poder, e a reação foi lenta e confusa.
A crise derrubou o ministro Carlos Lupi (Previdência Social) e colocou instâncias do governo apontando o dedo uma para outra. Na prática, a corrosão de imagem já estava em curso, particularmente nos segmentos usualmente mais simpáticos a Lula.
Entre os mais pobres, aqueles ouvidos que ganham até 2 salários mínimos, a reprovação ou de 36%, em abril, para 33%, agora, enquanto a aprovação foi de 30% para 32%. Neste grupo, a margem de erro é de três pontos para mais ou menos.
Em termos numéricos, a maior oscilação foi no segmento daqueles que dizem ter ensino superior. A aprovação nesse núcleo foi de 31% em abril para os atuais 25%, mas a margem de erro é maior, de 12 pontos.
Os números mostram a dificuldade de o governo Lula-3 em lidar com crises. A queda abrupta de avaliação registrada de dezembro para fevereiro, quando o ótimo/bom do presidente foi de 35% para 24%, ocorreu em meio aos erros acerca do anúncio da fiscalização do Pix, que obrigaram a Fazenda a recuar da medida.
De lá para cá, Lula trocou o comando de sua comunicação, colocando o marqueteiro Sidônio Palmeira à frente dela. Parecia ter dado algum resultado na pesquisa ada, mas o impacto do INSS parece difícil de mitigar, ainda que parcialmente.
Houve outros episódios envolvendo a imagem do governo, como quando a primeira-dama Janja da Silva causou incômodo durante viagem à China ao interpelar o líder Xi Jinping acerca do TikTok, e no vaivém da elevação do IOF.
Esses são casos com impactos diversos. Janja, apontam pesquisas qualitativas de partidos, influencia na imagem do marido, enquanto o IOF é um problema que diz mais ao mercado e aos políticos. Nada se compara, em escopo, ao escândalo do INSS.
Ainda na estrada rumo a Arcoverde, aproveitei uma parada para abastecer no Posto Cruzeiro, em Tacaimbó, e deixei alguns exemplares do Os Leões do Norte à venda por lá. Fui surpreendido pela chegada do leitor Edilson Moura, de Belo Jardim, que soube da novidade e não perdeu tempo: foi o primeiro a comprar o livro no local.
Mesmo tendo sido reeditado pelo governo federal, a Câmara dos Deputados decidiu pautar na próxima segunda-feira (16) a urgência do projeto de decreto legislativo (PDL) que pode derrubar o decreto presidencial publicado ontem, que mexe no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A nova publicação do Executivo reduziu o impacto das mudanças do IOF que tinham sido feitas no final de maio.
“Conforme tenho dito nos últimos dias, o clima na Câmara não é favorável para o aumento de impostos com objetivo arrecadatório para resolver nossos problemas fiscais”, informou o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), nesta quinta-feira (12).
O governo elevou algumas alíquotas do IOF para cumprir a meta fiscal de 2025, tendo em vista que o Executivo já havia bloqueado ou contingenciado mais de R$ 30 bilhões do orçamento deste ano. As informações são da Agência Brasil.
A votação marcada para a próxima semana vota a urgência da análise do decreto do IOF. Não foi discutida, por enquanto, a votação do mérito. Ainda que o PDL 313 seja aprovado no mérito, volta a valer o decreto anterior sobre o IOF, que tem efeitos ainda maiores sobre a arrecadação.
O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), disse que não restaram nem 20% do decreto original e que as mudanças foram feitas ouvindo os parlamentares.
“O que remanesceu no texto é algo que se reporta exclusivamente a operações do mercado financeiro que representam 2% ou 3% das mobilizações em relação a isso. O governo entende a posição adotada por parte da Câmara, mas nós vamos buscar votos para a manutenção dos termos de decreto porque o que ficou do decreto já resulta de um conjunto de diálogos com o ministro Haddad, que o governo teve tanto com a Câmara quanto com Senado”, explicou o líder governista.
O governo editou nova MP para ser uma alternativa ao decreto do IOF, que foi criticado pela maioria do Parlamento. Porém, o Executivo manteve parte do decreto do IOF, ainda que com impacto menor.
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), disse que o objetivo é derrubar os dois decretos, o novo e o anterior.
“Estamos vendo com a assessoria da Câmara se seria possível uma apensação para, em uma votação só, derrubar os dois. Não sendo possível, nós votaremos um depois o outro”, ponderou o parlamentar.
Se aprovado na Câmara, os PDLs precisariam ainda ser aprovados pelo Senado.
O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias, defendeu à imprensa que a decisão de pautar o PDL é incompreensível.
“Houve uma tentativa de partidos da oposição de marcar uma posição contra o governo. O decreto novo, ao você revogar, volta com o decreto anterior [que tem alíquotas maiores]. Não tem alternativa ao IOF que não a Medida Provisória (MP)”, disse.
Entenda Para se alcançar o teto de gastos definido pelo arcabouço fiscal, o Executivo anunciou um contingenciamento e bloqueio de recursos de mais de R$ 30 bilhões. Além disso, propôs mudanças no IOF para aumentar a arrecadação em cerca de R$ 20 bilhões.
O aumento do IOF foi criticado pela maioria do parlamento, que ameaçou derrubar o decreto presidencial. Após negociações, o governo editou nova MP com medidas para substituir a arrecadação do IOF e reeditou o decreto anterior reduzindo o impacto arrecadatório do imposto.
Apesar das mudanças, a Câmara decidiu pautar urgência para sustar o novo decreto. O governo alega que já fez um grande esforço de corte de gastos e que novos contingenciamentos vão prejudicar o funcionamento da máquina pública, com impactos sobre serviços de saúde e educação. Já lideranças parlamentares cobram mais corte de despesas em vez de medidas de arrecadação tributária.
O embaixador do Brasil na Itália, Renato Mosca, entregou ao Ministério das Relações Exteriores da Itália o pedido de extradição da deputada federal licenciada Carla Zambelli. Segundo interlocutores do Itamaraty, a solicitação foi encaminhada a Roma nesta quinta-feira.
Na quarta-feira, o Ministério da Justiça enviou ao Itamaraty o pedido de extradição, após determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Agora, o governo italiano a a analisar o caso, antes de tomar uma decisão. A área diplomática da Itália encaminhará o pedido ao Ministério da Justiça que, em seguida, o enviará para o Judiciário do país europeu, que tomará a decisão final. As informações são do Jornal O Globo.
Zambelli foi condenada a dez anos de prisão e à perda do mandato, por ter invadido o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A decisão foi tomada por unanimidade na Primeira Turma da Corte.
Incluída na lista de foragidos internacionais pela Interpol, Zambelli deu entrada na Itália com seu aporte italiano, no último dia 5. Ela deixou o Brasil após a condenação.
A gestão da governadora Raquel Lyra (PSD) vai fechar mais uma estrutura da rede pública de saúde. Desta vez, é a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica do Hospital Correia Picanço, no Recife, referência estadual em meningites, meningoencefalites e doenças neuroinvasivas. A medida mobilizou membros da equipe do hospital, que chegaram a gravar vídeos e divulgar uma carta aberta com preocupações sobre possíveis prejuízos decorrentes da decisão.
“O fechamento ou enfraquecimento desse serviço teria consequências gravíssimas para a saúde pública de Pernambuco, uma vez que o Correia Picanço é o único hospital público pediátrico do Estado com UTI especializada em meningites e leitos de isolamento, essenciais para evitar surtos e garantir tratamento seguro”, afirma o documento, que elenca como possíveis prejuízos o aumento da mortalidade, a apresentação de sequelas nos pacientes e a sobrecarga de outras unidades de saúde.
O Governo do Estado vem justificando a medida como necessária para transferir os serviços para o Hospital Barão de Lucena, também no Recife, tendo em vista a maior demanda por leitos pediátricos em meio à sazonalidade de doenças respiratórias. O argumento é de que, no Correia Picanço, não há espaço para ampliação. A equipe da unidade afetada, porém, defende que o ideal seria manter os cinco leitos ativos no Correia Picanço e implantar outros no Barão de Lucena.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, o enfermeiro Victor Cabral, que trabalha no Correia Picanço, explica que a elevada taxa de sucesso da equipe é decorrente do atual dimensionamento, com cinco leitos. Isso leva em conta que as doenças meningocócicas, por sua gravidade e natureza infecciosa, requerem equipes dedicadas a menos pacientes. Significa que a concentração de uma só equipe para atender dez leitos no Barão de Lucena pode afetar a efetividade dos atendimentos.
“Venho manifestar preocupação com o possível desmonte e fechamento da nossa UTI Pediátrica. Atualmente, nossa UTI conta com cinco leitos especializados, leitos com pressão negativa, porque lidamos com doenças infectocontagiosas. Quando a UTI foi projetada, entendeu-se que não era possível atender uma criança com meningite grave com um dimensionamento superior a esse. E o Estado, em uma tentativa incorreta, quer realocar as equipes para aumentar o número de leitos”, afirmou.
A equipe signatária da carta conclui que “o fechamento do serviço de UTI Pediátrica/Pediatria do Hospital Correia Picanço seria um retrocesso e uma tragédia para a saúde das crianças de Pernambuco”. Avalia ainda que não se pode permitir que “uma geração inteira fique desassistida” e que é fundamental “garantir que os pacientes pediátricos tenham o a atendimento especializado e de alta qualidade para condições graves como a meningite”.
O fechamento de unidades ou serviços de saúde não é novidade no Governo Raquel Lyra. Em junho de 2023, a atual gestão desmobilizou o Hospital de Retaguarda em Neurologia, no Recife, o que gerou sobrecarga no Hospital da Restauração, maior emergência pública do Norte/Nordeste. Já no último dia 30 de maio, diversos contratos do Hospital Jesus Nazareno, em Caruaru, no Agreste, foram extintos, o crucial para a desativação da unidade.
A caminho de Arcoverde, fiz uma parada em Caruaru para deixar os primeiros exemplares do meu novo livro, Leões do Norte, na livraria Leitura, no Shopping Caruaru. Lançado na última segunda-feira (9), no Recife, o livro começa agora sua circulação pelo interior de Pernambuco. Para minha surpresa, ao chegar à livraria, encontrei o casal Solange e Paulo já aguardando, ansiosos para adquirir a obra. Foram os primeiros leitores a comprar OsLeões do Norte em Caruaru.
Um artefato explosivo foi localizado na manhã desta quinta-feira (12) na Rua Estudante Jeremias Bastos, no bairro do Pina, Zona Sul do Recife. A ocorrência mobilizou o 19º Batalhão da Polícia Militar, que isolou a área por volta das 11h30.
Equipes do Esquadrão Antibombas do Bope foram acionadas e iniciaram o trabalho de identificação e desativação do objeto suspeito. O local fica nas proximidades do Empresarial Moura Dubeux. As informações são do Diario de Pernambuco.