Pernambuco entre os três Estados mais violentos 5q4i6z
Em 2023, primeiro ano da gestão Raquel Lyra (PSD), Pernambuco ficou entre os Estados com maior incremento da violência letal. Amapá (41,7%), Rio de Janeiro (13,6%) e Pernambuco (8%) aparecem como os mais violentos em estudo do Ipea e do Fórum Brasileiro de Segurança, publicado no Atlas Violência. Já as maiores reduções das taxas de homicídios em relação ao ano anterior foram registradas no Rio Grande do Norte (-18,8%), no Paraná (-15,2%) e no Amazonas (13,4%).
O Brasil teve 45.747 homicídios em 2023, pouco mais de cinco assassinatos a cada hora. Foram registrados 21,2 casos a cada 100 mil habitantes, a menor taxa em onze anos, quando teve início a série histórica. A maioria das mortes (32.749 casos, ou 71,5%) ocorreu com o uso de armas de fogo. Os números são um compilado das estatísticas do Sistema de Informações sobre Mortalidade (Sim), do Ministério da Saúde.
Leia maisO estudo chama atenção para um dado que pode elevar o número oficial de homicídios divulgado pelo Ministério da Saúde, o óbito registrado como morte violenta por causa indeterminada. Parte dessas mortes violentas, segundo o Atlas, são homicídios não contabilizados pelo Estado, pela incapacidade de identificar suas causas.
Para corrigir a estatística, o Atlas da Violência usa uma metodologia que permite chegar aos chamados “homicídios ocultos”. Segundo a pesquisa, o Brasil teve 51.608 “homicídios ocultos” entre 2013 e 2023, que aram ao largo das estatísticas oficiais de violência. Isso significa uma média anual de 4.692 homicídios que deixaram de ser contabilizados, ou cerca de 10% do total.
“A gente precisa ter um bom termômetro para medir o fenômeno e fazer a política correta. Se o termômetro está quebrado, estamos medindo a febre a mais ou a menos, e de repente vamos tomar o remédio errado. No caso dos dados da saúde, esse termômetro estava meio desregulado, sobretudo para alguns estados. Com essa correção, nós demos visibilidade aos homicídios ocultos — explica Daniel Cerqueira, pesquisador do Ipea e coordenador do Atlas da Violência.
CRIANÇAS, AS MAIS VIOLENTADAS – Segundo ainda o mesmo levantamento, a cada hora, 13 crianças e adolescentes de até 19 anos sofreram algum tipo de violência em 2023, entre física, psicológica, sexual e negligência. Foram 115.384 vítimas registradas no país, um aumento de 36,2% em relação ao ano anterior. A socióloga Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ressalta que os lares brasileiros estão mais violentos, em especial depois da pandemia da Covid-19, que deixou as famílias confinadas dentro das casas, isoladas do ambiente externo.

Pauta travada – As votações de projetos de interesse do Governo Raquel na Alepe foram suspensas desde a semana ada. O curioso é que a pauta foi travada após a deputada governista Débora Almeida (PSDB) cobrar urgência na votação do pedido de empréstimo de R$ 1,5 bilhão e na realização da sabatina do novo de Fernando de Noronha. O represamento das pautas nas comissões iniciais, capitaneadas pela oposição, descumpriram o prazo constitucional de apreciação e ela teve que recorrer à Procuradoria-Geral da Casa, que levou o presidente da Casa, Álvaro Porto (PSDB), a não colocar as matérias na ordem do dia.
O nó da questão – O ime se deu também após o deputado Antônio Coelho (União Brasil) ter aprovado, na Comissão de Finanças, seu projeto que divide o empréstimo de R$ 1,5 bilhão com os municípios. “Eu tenho a impressão de que o governo poderia dar mais celeridade para fazer entregas para a população”, diz ele. Já Débora garante que não existe a menor possibilidade de dividir o empréstimo. De acordo com o projeto, o valor seria repartido igualmente entre os municípios, resultando em R$ 4 milhões para cada um dos 184 municípios.
Destinação dos recursos e emendas – A governadora Raquel Lyra (PSD) solicitou a autorização à Alepe para captar o empréstimo em março, anunciando que seria para investir em estradas e no Arco Metropolitano. O projeto está travado na comissão de Justiça sob forma de protesto da oposição contra o atraso no pagamento das emendas parlamentares de 2024. “Cobramos as emendas porque há morosidade no pagamento. As emendas são de todos os deputados. O que nós defendemos é que tem que se pagar, que precisa ter celeridade e eficiência”, diz o deputado Diogo Moraes (PSB), líder da oposição na Casa.

Presidente mais jovem da Câmara – Com apenas 24 anos, o deputado pernambucano Lula da Fonte (Federação União Progressista), na condição de quarto-secretário da Câmara dos Deputados, assumiu, ontem, a presidência da Casa até a volta de Hugo Motta (Republicanos-PB) de mais um giro internacional na comitiva do presidente Lula (PT). Com isso, abriu um paradigma: o mais jovem parlamentar da história da Câmara a assumir o posto, mesmo interinamente. Tudo porque, além de Mota, o vice-presidente da Casa também se encontra ausente do País.
CURTAS
CONSENSO – “Por meio da conversa, a gente vai construir consensos, estabilizar caminhos. Então, é esse o caminho que espero que seja percorrido”, disse, ontem, em entrevista à rádio Folha, o deputado Mendonça Filho (UB) ao falar das implicações no Estado geradas pela federação do seu partido com o PP.
ESTREITOU – O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), afirmou, ontem, que o cenário político brasileiro “estreitou o caminho” do PSDB, seu antigo partido. Ao justificar sua filiação ao PSD, disse que a nova legenda oferece um ambiente mais adequado para discutir projetos nacionais e alternativas à polarização de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
MORTE – O presidente da Câmara de Prata (PB), Pedro Estevão, faleceu, no último domingo, em desastre automobilístico. Seu Volkswagen Polo colidiu frontalmente com outro automóvel nas proximidades do Motel Colinas, em Monteiro (PB), segundo o site do radialista Nill Júnior, da rádio Pajeú.
Perguntar não ofende: Eduardo Leite foi para o PSD para disputar o Planalto pela nova legenda?
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